segunda-feira, 17 de outubro de 2011

3º ANO – OS BIOPOLÍMEROS PODEM SER A SOLUÇÃO?

Atualmente o modelo de crescimento econômico capitalista e consumista usado gera grandes desastres ambientais; um nível de riqueza e fartura no mundo nunca alcançado, porém, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam a cada dia.

Os plásticos convencionais muito usados no dia-a-dia de todos, produzidos a partir de derivados de petróleo, deram origem a enormes problemas de contaminação ambiental por não serem biodegradáveis e levarem muitos anos para serem decompostos. Estima-se que a produção mundial de plásticos convencionais seja hoje da ordem de 180.000.000 t/ano. Os principais plásticos mais usados são o polietileno (PE); polietileno tereftalato (PET); polestireno (PS); polipropileno (PP); cloreto de polivinila (PVC) e Nylon.


Diante dessa dificuldade surge a idéia de Desenvolvimento Sustentável buscando um desenvolvimento econômico sem agredir o meio ambiente. Um dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável a respeito dos plásticos é desenvolver polímeros que possuem as mesmas propriedades dos plásticos convencionais, entretanto, não causam danos ambientais.

Foram desenvolvidos biopolímeros, que são polissacarídeos, poliésteres ou poliamidas, para substituir os plásticos convencionais. A principal matéria prima utilizada para a sua confecção é uma fonte de carbono renovável, geralmente derivados da cana-de-açúcar, milho, batata, trigo e beterraba; ou de um óleo vegetal extraído da soja, girassol, palma ou outro óleo vegetal.

Os bioplásticos, em sua maioria, são biodegradáveis, isto é, em ambientes microbiologicamente ativos, como solos, usinas de compostagem, aterros sanitários, eles se decompõem em dióxido de carbono, metano e água (dependendo do nível de oxigenação do meio) em curto espaço de tempo.

Dentre os biopolímeros que se apresentaram como os de maior importância no mercado são os seguintes: polilactato (PLA), polihidroxialcanoato (PHA), polímeros de amido (PA) e goma xantana (Xan).

Os polilactatos são poliésteres alifáticos obtidos por polimerização do ácido lático que pode ser encontrado na forma de dois isômeros ópticos: o L- e D-ácido lático. O PLA é muito utilizado na área médica na fabricação de fios de sutura, em cirurgias ortopédicas e preenchimento facial, entretanto Atualmente, a principal aplicação do PLA produzido é na área de embalagens, cerca de 70%, sendo o restante no setor de fibras e têxtil, agricultura, eletrônicos, aparelhos e aparatos domésticos.

Os PHAs possuem propriedades físicas e químicas muito semelhantes as do polipropileno, o que os torna possíveis candidatos progressivamente mais aplicáveis na sua substituição. Podem ser utilizados em aplicações como peças feitas por termoformagem e injeção em moldes, filmes extrudados, fios, entre outros. São sintetizados por culturas microbianas puras ou mistas em substratos como (glicose e acido propiônico), estão presentes no citoplasma de algumas bactérias na forma de grânulos rodeados por uma membrana

A Goma Xantana (C35H49O29) é um polímero do tipo do tipo poli-β-(1→4)-D-glicopiranose obtido naturalmente pela fermentação da bactéria Xanthomonas campestris, durante a fermentação de substratos contendo D-glucose. É um aditivo bastante utilizado na indústria farmacêutica e alimentícia como estabilizante, espessante, embalagens plásticas e emulsificante.

As previsões de evolução de consumo de bioplásticos estão fortemente relacionadas com os seguintes fatores como: o aumento do preço do barril de petróleo, já que o custo de produção destes polímeros está intimamente relacionado com o custo de insumos petroquímicos; a diminuição do custo de produção dos bioplásticos; o estabelecimento de políticas governamentais (incentivos fiscais e/ou legislação compulsória) para o consumo de bioplásticos.

Dessa forma vários países em todo o mundo têm reconhecido a necessidade de se reduzir à quantidade de materiais plásticos desperdiçados e descartados, além de incentivarem a reciclagem; estão apostando na substituição dos plásticos convencionais por plásticos biodegradáveis e fotos degradáveis, uma vez que segmentos de mercado que apresentam se disponibilizam a pagar a mais por um produto não poluidor, resultando daí ganhos ambientais, econômicos e sociais.

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BIBLIOGRAFIA
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6 comentários:

  1. Os biopolímeros podem ser a solução, mas para isso ele deve ser feito de fontes renováveis como a soja e o milho, como ele tem custos altos o governo deve dar incentivos fiscais a esses produtos para que eles não tenham um custo tão elevado não sendo viável por causa do alto custo em relação com os plásticos convencionais, o governo também deve criar leis severas para que o plástico convencional não seja mais utilizado. Os biopolímeros são naturalmente degradados pela ação do tempo, em sua decomposição ele se transforma em dióxido de carbono, metano e água. Os polímeros degradáveis podem ser produzidos de varias fontes diferentes, a mais comum é o amido/ fécula de mandioca. Para os biopolímeros serem 100% eficiente, é preciso que a sua fonte de extração não polua tanto o meio ambiente, apesar de que o milho e a soja que são fontes renováveis, em seu cultivo são utilizados muitos agrotóxicos o que acaba poluindo o meio ambiente, dever ser utilizada uma forma menos poluente em seu cultivo.

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  2. Não é novidade o termo sustentabilidade no mundo, manter os lucros elevados sem agredir ao meio ambiente é uma das principais metas das grandes produtoras de produtos descartáveis, os biopolímeros vem se mostrando uma alternativa eficaz para a solução dos problemas relativos a essa área por tanto acredito que mesmo tendo alguns pontos negativos estes são capazes de suprir com eficiência a demanda mundial.

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  3. Os biopolímeros são uma boa alternativa, pois apresentam boa biodegradabilidade em contato com o ambiente, sendo também biocompativeis e produzidos a partir de matéria prima. Estes materiais biodegradáveis representam uma nova geração de materiais capazes de ser naturalmente degradados, contribuindo para a redução de impactos ambientais. Porem apenas pelo fato de um material ser biodegradável não exclui a possibilidade deste material gerar algum problema ambiental, seja por acumulo de resíduos sólidos no meio ambiente, seja devido ao longo tempo de biodegradação apresentado por alguns destes materiais. Alguns podem gerar metano e H2S durante seu processo natural de degradação ou devido à presença de aditivos e plastificantes que podem apresentar algum grau de toxicidade ao meio ambiente.
    Logo observamos que o uso generalizado de biopolímeros incentivado por serem estes materiais de natureza biodegradável, não justifica, tratando-se apenas de estratégias de marketing para estes produtos. A biodegradação natural anaeróbica de muitos biopolímeros podem levar a metano que é um gás de efeito estufa mais intenso que o CO2 e reabsorvido pelos processos naturais de modo mais lento que este, bem como H2S. Foi estabelecido que um material biodegradável para não oferecer riscos de impacto ambiental, deve ser totalmente biodegradado em um prazo de 6 meses, o que geralmente não ocorre com muitos biopolímeros. O CO2 resultante da queima ou biodegradação destes materiais é renovável e entra no balanço mássico de carbono no meio ambiente, contudo o metano e outros gases podem acumular-se mais facilmente. Isto nos mostra que o uso de biodegradáveis não exclui a necessidade de utilização racional e consciente focada na reciclagem, reutilização e disposição racional. Na disposição final destes materiais deve-se ter o cuidado de manter sempre o meio em perfeita aeração (elevado KLa ), garantindo a aerobicidade para que a formação de gases indesejáveis tais como o gás sulfídrico ( tóxico e de mau cheiro ) e o metano sejam minimizados.
    Muitas vezes o biopolímeros não apresenta algumas propriedades importantes para sua aplicação, neste caso se misturam polímeros sintéticos que melhoram suas propriedades para uma determinada aplicação, o que pode diminuir muito seu grau de biodegradabilidade elevando muito o tempo necessário para que seja completamente degradado no ambiente.
    Guilherme Quaresma
    3º ano.

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  4. Os biopolímeros podem ser a solução sim , pelo fato de não causarem a poluição que os plásticos convencionais causam , pois a maioria dos biopolímeros são biodegradáveis que em ambientes microbiologicamente ativos se decompõem em água , dióxido de carbono e metano em curto espaço de tempo , dependendo do nível de oxidação do meio . Se por um lado eles são mais caros , o investimento vale a pena , pois são desenvolvidos através de matéria prima renovável e os gastos com a poluição serão muito maiores do que na produção dos biopolímeros . O governo também deve ajudar com incentivos fiscais e campanhas incentivando o uso de materiais compostos de biopolímeros no dia-a-dia das pessoas . Os biopolímeros são um passo muito grande na luta contra a poluição , temos que aproveitar !

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  5. Leonardo Simonetti Dutra1 de dezembro de 2011 às 18:30

    Os biopolímeros podem ser sim a solução, pois tem se mostrado de grande importância pelas suas excelentes propriedades e boa biodegradabilidade não apresentando elevado potencial poluidor,como ocorre com os plasticos de origem petroquimica. A biocompatibilidade destes materiais os fazem ideais para aplicações nos setores biomédicos.
    Os biopolímeros podem ser produzidos a partir de alguns efluentes industriais, principalmente das industrias alimentícias e os custos de sua produção vem diminuindo muito com o atual interesse no setor ambiental e de novas tecnologias disponíveis.

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  6. Os biopolimeros são materiais polimeros classificados estruturalmente como polissacarídeos, poliésteres ou poliamidas. A matéria-prima para sua manufatura é uma fonte de carbono renovável, geralmente um carboidrato derivado de plantios comerciais de larga escala como cana-de-açucar, milho, batata, trigo e beteraba; ou óleo vegetal extraido de soja, girassol, palma ou outra planta.
    Os biopolimeros, pode sim ser considerada uma solução, pois se tem vários pontos positivos. A grande vantagem do biopolimero na indústria é a obtenção de produtos finais biodegradáveis sendo viável produzir materiais de todos os tipos, a partir da fécula; amido, uma vez que, para a trasformação dos biopolimeros em produtos acabados, as indústrias poderão utilizar as mesmas máquinas utilizadas para a fabricação de plásticos de polietileno, sendo sendo necessário, apenas, algumas alterações no processo. não se requer grandes investimentos e se tem a vantagem de se ter uma opção para a produção de materiais que não agridem o meio ambiente.
    Em relação às máteria-primas disponiveis no Brasil, a cana-de-açucar possui uma vantagem competitiva bastante grande em face de seu custo de produção ser inferior a de outros países, além do aproveitamento de bagaço e palha para geração de energia que pode ser utilizada na produção de biopolimeros.

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